sábado, 27 de dezembro de 2014

Foto Comentário no Medium

A plataforma Medium se apresenta como "um lugar para ler e escrever coisas que importam...".

Criado pelo mesmos desenvolvedores do Twitter e do blogger o Medium evita a expressão blog na sua descrição, e não é.

Com uma interface limpa e sem possibilidades de grandes configurações o objetivo é de que o publicado leve direto ao texto, um texto mais elaborado do que um "meu diário" e com um pensamento  mais longo e profundo do que um tweet. Foge também da forma como se compartilha informações nas redes sociais, mas por outro lado, propõe a visibilidade a quem realmente interessa, ou possa se interessar pelo seu assunto. 

Dito isto, e aproveitando a entrada do Medium Brasil - agora com mais artigos em português - apresento a coleção Fotografia de Rua com textos sobre o tema que forem selecionados por ali.

Experimentem e participem.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Lucas Levitan e a pichação criativa

Ilustração, houve um tempo, antes dos cursos e da profissionalização dos designs em que eu  também me arriscava com o desenho. Adolescente e influenciado, como tantos da época, pelos traços de Dom Martin e Aragonês que recheavam a revista MAD, cheguei a  produzir cartoons, participar de concursos e até ter alguns trabalhos publicados. Porém deixei que os nanquins secassem e  jamais voltei a fazer as pontas nos lápis até escolher a instantaneidade da fotografia como hobby. Sobraram o apelido onde  me escondia para enganar a timidez - Camafunga- e o interesse de curioso e apreciador desta arte.

Agora descubro um brasileiro radicado em Londres cujo trabalho une de forma bem humorada e competente desenho e fotografia. Lucas Levitan usa o instagram para inventar histórias alternativas nas imagens de outros usuários  que chama de "Phot Invasions" onde sobrepõe criativas ilustrações nas fotos alheias.






Instagram do Lucas Levitan.
Portfolio

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PIERRE YVES REFALO


Passará por Pelotas nesta quinta-feira dia 18 de dezembro o fotógrafo francês, radicado no Brasil Pierre Yves Refalo. Aproveitando a oportunidade o Grupo Foto Comentário juntamente com a Editora Ardotempo e com o apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Pelotas estarão oportunizando uma conversa com o artista. O evento será as 18:30 h na Casa 6 com entrada franca aos interessados.


Sobre ele nos escreve Alfredo Aquino - Edições ardotempo


Pierre Yves Refalo
Fotógrafo francês, natural de Bône (Argélia Francesa), nascido em 06.06.1947 - na mesma casa em que nasceu Albert Camus (Prêmio Nobel de Literatura).

Formado em Direito na Université de Aix-en-Provence, a 30 km de Marseille.


Fotógrafo por opção desde o final dos sessenta, fundou em Marseille (França) uma revista dedicada a foto-jornalismo e fotografia esportes de alta velocidade em motos, cobrindo os GPs europeus de alta velocidade.

Radicado no Brasil desde o final dos anos setenta, fez a cobertura fotográfica com moto, da construção arruinada da Transamazônica (para a Revista Manchete) e atravessou o deserto do Saara com moto Honda Teneré no início dos anos 80, para realização de uma grande mostra fotográfica no MIS São Paulo.


Foto de Pierre Yves Refalo
Autor de livros de arte fotográfica e fotógrafo oficial do Programa SR. BRASIL de Rolando Boldrin, na TV Cultura de São Paulo

Ministra curso de técnica fotográfica em workshops em São Paulo (na Escola Superior de Propaganda e Marketing - São Paulo)

Livro: As palavras exaustas - Texto de Ignácio de Loyola Brandão e imagens de Pierre Yves Refalo. Edições ardotempo - 2014

Novo livro em 2015:

PIERRE YVES REFALO - TODOS NÓS TEMOS 70 ANOS


Uma reflexão sobre a liberdade dos indivíduos e dos povos, o legado de uma geração de heróis.


Foto de Pierre Yves Refalo
Um conjunto de imagens foto-jornalísticas sobre o evento crucial do Século XX, visto setenta anos após o seu início no Dia D, nas praias da Normandia, em 6 de junho de 1944.

Um conjunto de 45 fotografias - retratos e paisagens, os veteranos, as novas gerações que reverenciam e homenageiam os destemidos heróis da luta pela liberdade dos povos, as rotas da liberdade e o estado visual atual dos cenários das batalhas de 70 anos atrás.




Links:
Confirmação para o evento

Pierre Yves Refalo cursos
Grupo Foto Comentário
Alfredo Aquino




sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A cafonice de todos nós


Por um tempo segui o site Sexy People que infelizmente foi descontinuado. Ali publicavam-se fotos de pessoas normais em poses para recordação. Mais do que isso...

Gosto pode ser discutível mas por mais que você esteja na moda, se tiver mais de trinta anos deve estar em alguma foto destas perdida numa caixa ou gaveta, e certamente preferiria que assim permanecesse.

Porém há  os que gostam de trazer isso a público, compartilhando ou reproduzindo estas velhas imagens.

Apresento Robbie Augsperger norte-americano de Portland que criou um série chama Glamour & Headshots com fotos baseadas no estilo dos anos 1980. São ensaios em estúdios ambientados onde seus amigos assumem postura e vestimenta  que imitam a estética da época, e ele faz sucesso com isso.

Ver link.

Já Mike Bender, fundador do  "Awkward Family Photos", no estilo do Sexy People, há alguns anos compartilha imagens de família enviadas por colaboradores.



E então, você não tem nenhuma destas por ai?

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Seu espelho com memória


A revista 121 clicks publica 100 dicas de 3 fotógrafos renomados, destas repasso algumas que me identifico:
  • 50 milímetros seria a melhor lente a investir;
  • A melhor câmera é aquela que você tem;
  • Facebook não foi feito para fotógrafos;
  • Fotografe sempre em RAW nunca em JPEG;
  • O processamento não pode salvar uma imagem de má qualidade; 
  • Fotografe para você, não tente impressionar, nem todo mundo gosta do seu estilo;
  • Não fotografe por reconhecimento;
  • Concursos e competições não dizem nada da obra total do fotógrafo;
  • A melhor maneira de aprender composição é observando pinturas;
  • Pós-processamento é uma arte;
  • Os melhores lentes são fixas, sem zoom;
  • Encontrar a melhor luz é antes de tudo instinto;
  • Nunca peça para alguém posar;
  • Só existem dois tipos de fotografias, as boas e as ruins;
  • Sempre que você sentir o desejo de comprar um novo equipamento basta verificar o que você ainda não sabe usar do seu;
  • Câmera é seu espelho com memória;
  • Estimule seus companheiros e amigos que gostam de fotografia, o mundo já tem críticos suficientes; 
  • Pense na imagem antes de pensar no photoshop;
  • Fotos em condições meteorológicas extremas sempre dão bons resultados;
  • Nunca pense duas vezes para remover as suas obras medíocres;
  • Fotografia de rua, com exceções poeticas, não deve sobre cães, pobres e sem-teto;
  • Saia da zona de conforto;
  • A questão é divertir-se com fotografia;
  • O olhar é o elemento fundamental da fotografia;

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lomography

Mil novecentos e oitenta e dois foi um ano especial. Assisto pela TV a inauguração da Usina de Itaipu e vibro por ter visitado as obras no ano anterior na primeira viagem sem meus pais. Primeira namorada, debutante das noites até a madrugada, descobertas, observações,  emoções intensas num ambiente a ser desbravado. A lembrança destes tempos é imprecisa, exageradamente colorida, vazada pela luz da curiosidade e da liberdade da  juventude onde embora cheio de surpresas, tudo parecia ser possível. Sem câmera fotográfica, também foi o ano que tive contato com a magia da fotografia no cultuado laboratório de meu tio artista.

Do outro lado do mundo e antes que  guerra esfriasse de vez um general russo decreta a socialização do registro fotográfico e assim meio como ordem militar começa a ser produzido na Lomo Russian Arms and Optical Factory  uma máquina compacta e acessível ao proletário, versão em plástico da Cosina  CX-1 - câmera robusta de lentes bem lapidadas em cristal, límpidas e com alta sensibilidade à luz. Enfim em 1984 se inicia a produção me massa da Lomo LC-A sucesso entre os comunistas.
Foi preciso mais um tempo até que as barreiras políticas permitissem o transito ocidental  e em 1991 um grupo de estudantes vienenses em uma viagem a Checoslováquia enfim descobrem em uma pequena loja de produtos fotográficos a Lomo LC-A e primeiramente encantados pelo som do clique saíram a fotografar as ruas de Praga. Foi no entanto na revelação já em Viena que veio a surpresa das cores vibrantes, saturadas e todos os estranhos e extravagantes efeitos que a máquina imprimia ao filme. O formato escolhido foi o e 10 x 7 cm tornando a brincadeira ainda mais barata. A febre espalhou-se pela Europa, era outro tipo de fotografia, mais divertida, liberta de normas, selvagem  e excitante. Com o fim da União Soviética nos anos 1990 o Leste Europeu abriu-se para o ocidente e a localização de Viena fez dela passagem de vários outros países.

Mil novecentos e oitenta e dois, se eu tivesse uma máquina para registrar minhas memórias teria que ter sido uma Lomo.

Agora tenho.

Fotos com Lomo
Mais fotos

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Exposição Foto Comentário


DO DIário da MAnhã

HOJE (25/9) ÀS 19H NO “CENTRAL CAFÉ” NO MERCADO, ABERTURA DE MOSTRA FOTOGRÁFICA COMEMORATIVA AO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO ESPAÇO

 Por Carlos Cogoy
Detalhe do interior do Mercado na foto de Luiz Carlos Vaz  CRÉDITO: Vaz
Detalhe do interior do Mercado na foto de Luiz Carlos Vaz
CRÉDITO:
Vaz
Quinze fotografias na exposição “Em torno do Central Café”. Trata-se de imagens que mostram o café, o Mercado e arredores. A autoria é do grupo “Foto Comentário”, que semanalmente reúne-se no Central Café para, informalmente, trocar ideias, dicas e experiências acerca da fotografia. A mostra, além de comemorar o aniversário do espaço coordenado pelo Joaquim Lasso, também celebra o primeiro ano do “Foto Comentário”. No grupo, jornalista Luiz Carlos Vaz, médicos Marcelo Soares e Luciano Piltcher, representante comercial Alfonso Montone e professor Paulo Krebs (UFPel). Na mostra, cada autor participa com três imagens. Visitação até dia 5 durante horário comercial.
FOTOGRAFAR – Mostra terá imagens coloridas e também em preto-e-branco. Dispondo de câmeras digitais, o grupo no entanto empenha-se pelo exercício de técnicas que ficaram consagradas na fotografia analógica. Entre as principais referências e influências, talentos como Robert Capa e Cartier-Bresson. Mas além da recorrência aos ícones, o “Foto Comentário” também está atento a tendências que são divulgadas e debatidas em artigos, revistas e internet. Outra fonte é a troca de bibliografia, pois tem surgido novos títulos abordando tanto os aspectos técnicos quanto artísticos da fotografia. Em relação a preferências do grupo: “No nosso caso, o principal é o momento, a cena que não se repetirá, a composição inusitada. A busca pela técnica é a tentativa de melhor  transmitir o que se está vendo”. A mostra ainda não abriu, as fotos são inéditas e, mesmo assim, o “Foto Comentário” já tem recebido convites para itinerância do trabalho. O material não terá publicação on-line, pois “o nosso objetivo também é chamar as pessoas para a rua, para a convivência real, para uma boa conversa à mesa de um café”, dizem os fotógrafos. Acerca da sequência ao desafio coletivo por novas imagens, a perspectiva é de captar tema em comum. Integrantes acrescentam: “Uma das atividades do grupo é fazer ‘passeios fotográficos’, onde um tema sempre acaba predominando”.
Música tem sido frequente na nova fase do Mercado  CRÉDITO: Alfonso Montone
Música tem sido frequente na nova fase do Mercado
CRÉDITO:
Alfonso Montone
ORIGEM do Foto Comentário ocorreu em 2013. Luiz Carlos Vaz divulga:  “O nosso encontro aconteceu após uma exposição do Marcelo Soares no Espaço Chico Madrid. Marcelo sugeriu ao dr. Devens que eu palestrasse sobre ‘Fotografia de rua’. Então nos encontramos pela primeira vez: eu, Marcelo, Luciano e Krebs. Daí o Luciano sugeriu que nos encontrássemos mais vezes. A ideia era a continuidade ao diálogo sobre a fotografia. Inicialmente, no Facebook foi criado o Foto Comentário. Já o Alfonso, chegou pouco tempo depois. E, embora não estejam com fotos na mostra, também participam das reuniões o Fábio Caetano, Paulo Baptista e Luis Carapeto. Não há nenhum profissional no grupo. Todos tem na fotografia um prazer, uma forma de ver e mostrar o cotidiano das ruas através de olhar próprio”.
CAFÉ – Os encontros virtuais tornaram-se reais. “O grupo foi acolhido com muita empatia e simpatia pelo Joaquim Lasso, proprietário do Central Café.  Assim, nos encontros semanais, além de conversar também fotografávamos. Com isso, homenageando o espaço, reunimos fotos feitas no local. O café, além de abrigar o nosso grupo, também acolhe os músicos do chorinho aos sábados. Em um ano está identificado com o público que procurava um ‘típico ambiente de café’ em Pelotas”, mencionam os integrantes da mostra fotográfica.
Fotógrafos Marcelo Soares, Luciano Piltcher, Vaz, Alfonso Montone e Paulo Krebs  CRÉDITO: Vera Garcia
Fotógrafos Marcelo Soares, Luciano Piltcher, Vaz, Alfonso Montone e Paulo Krebs
CRÉDITO:
Vera Garcia
IMAGENS em profusão, numa saturação fotografias captadas em diferentes suportes. A tecnologia e a fotografia também é reflexão do grupo, que divulga: “Se faz ‘fotografia’ com tudo, com celular, com laptops, I-phones… Como um gesto automático, Se fotografa a comida antes de comer, se faz selfie em velório com o morto… não há mais a preocupação de fazer uma imagem ‘para ficar’, fotografar passou a ser uma ação sem responsabilidade estética – e ética também. A grande pergunta é: o que vai sobrar disso tudo que se fotografa hoje? O Vaz, que desenvolve atividade de pesquisa em fotografia, arquivos fotográficos e memória social, sempre afirma que ‘teremos – pelo menos – uma década sem memória, pois, muito pouco do que se fotografa hoje, vai ficar ‘salvo’ em papel ou em mídias confiáveis. No futuro mais de 99% do que se fotografa hoje, não sobreviverá nos HDs, pen-drives e CDs. Não teremos mais nesse futuro as ‘caixas de fotografias’, como as que ainda possuímos, e que guardam imagens quase centenárias de nossas famílias. No entanto esta democratização não deve ser vista como algo negativo ou que apenas vulgariza a arte. Fotografia é registro, é memória, forma de expressão e, às vezes até arte, de qualquer forma o interesse pela fotografia em geral pode sim estimular talentos que de alguma forma vão se destacar em meio a toda vulgarização da imagem”.

Nota: O Grupo Foto Comentário atualmente é formado por Alfonso Montone, Marcelo Freda Soares, Luis Carlos Vaz, Luciano Piltcher, Paulo Krebs, Fábio Caetano e Luiz Paiva Carapeto.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Charles Marville -o repórter de uma Paris perdida

Charles Marville no século XIV eternizou o desaparecimento da Paris antiga fazendo um histórico de imagens do que seria demolido para dar lugar às praças, parques e edifícios de luxo até o surgimento da cidade resplandecente de hoje, que as pessoas que ali viviam e trabalhavam, não poderiam mais morar. Esta foi a cidade de Victor Hugo e dos “Miseráveis” que o Barão Georges- Eugène Haussmann foi varrendo para dar espaço a burguesa metrópole que os turistas visitam.


A Paris de Marville fala através dos tempos expondo  todo tipo de humanidade ambientada no caos de quartos apertados, cantos e esquinas, edifícios de alvenaria manchados com  cartazes e propagandas tão pitorescas, mas que incomodavam o Barão Haussman que via alí somente miséria, congestionamento e doença, cuja cura seriam os novos espaços com praças amplas, lâmpadas a gás, palácios culturais e apartamentos dispostos  em avenidas retas terminadas  em monumentos. Desta surgiram também os cafés com as mesas na rua, amplas para que coubessem também os cavalos dos industriais e socialites. A arquitetura harmoniosa vida dos escombros criavam um ambiente de cidade espetáculo mas para uma nova economia, moderna e não homogênea,  nada acolhedora para as pobres almas que ajudaram a construí-la.


Estas pessoas que perderam sua identidade cultural não aparecem nas imagens de Marville, em função dos recursos técnicos da época as fotos eram realizadas no início da manhã quando as ruas estavam vazias. O que se percebe são as evidências das vidas passadas entre os paralelepípedos e lojas esfarrapadas.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Documentário sobre Vivian Maier


 Em cartaz nos cinemas americanos desde março deste ano o documentário "Finding Vivian Maier" dirigido por John Maloof e Charlie Siskel  conta a história desta babá/fotógrafa de rua que durante décadas secretamente escondeu mais de cem mil fotografias em armários e estantes para, ao serem descobertas, tornar-se das mais importantes fotógrafas do século 20. O filme conta o lado fascinante e estranho desta personagem através de relatos e entrevistas de dezenas de pessoas que acreditavam conhece-la.

Maier teve seu trabalho revelado somente após 2007 quando descoberto por uma casa de leilões em Chicago, passando imediatamente a encantar e influenciar fotógrafos de todo o mundo e também  mudando para sempre  a vida de  John Maloof, quem de fato o apresentou ao grande público. Nos últimos anos John  Mallof  procurou catalogar e reunir a maior parte do acervo até então  disperso por colecionadores sendo que cerca de 90% dele já se encontra reconstituído e organizado sob sua curadoria.

Assista também este vídeo sobre Vivian Maier no Meu Cardápio.